O que Cristo ensina sobre a relação com o oponente seja por posição ideológica ou política ?

Cristo deixou claro que o amor ao próximo não tem fronteiras, não importa se você concorda ou não com as ideias de quem está do outro lado, o mais importante é o amor. A verdadeira mensagem do evangelho é sobre entender o outro, se colocar no lugar dele, e tentar olhar o mundo com mais empatia. É um chamado para a gente se abrir para o diálogo, para o respeito, e não para o ódio ou a divisão.

Ao invés de pregar brigas ou separações, Cristo convida a gente a olhar até para quem pensa diferente como um igual, como alguém que também merece amor, respeito e dignidade. Ele mostrou isso com os próprios atos. Ele não só ensinava, mas vivia isso: desafiava seus seguidores a orar pelos inimigos e a responder o mal com o bem. Uma verdadeira lição de como viver sem muros, tentando construir pontes. Em vez de se fechar, a missão é promover a paz, ainda que o mundo lá fora pareça cada vez mais polarizado e cheio de conflitos. O que ele quis nos ensinar é que a compaixão é o caminho, mesmo quando as discordâncias parecem grandes demais.

E é interessante perceber, por exemplo, que quando Cristo foi interrogado por Pôncio Pilatos, ele não quis entrar em debates sobre política ou disputas ideológicas. Não era disso que ele estava falando. Em vez de responder com palavras afiadas ou tentar justificar algo, ele simplesmente disse: "O meu Reino não é deste mundo. Se fosse, meus servos lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas agora o meu Reino não é daqui." (João 18:36)

Nessa fala, Cristo deixa claro que o propósito dele não era fundar um império político ou se embrenhar nas lutas do poder que o mundo tanto conhece. Ele veio para anunciar um Reino diferente, que vai além de qualquer fronteira política ou ideológica. Um Reino baseado no amor e na justiça divina, não nas intrigas e disputas humanas. E isso serve como um lembrete para nós: a vida cristã não é sobre conquistar poder ou reconhecimento político, mas sobre espalhar amor e promover justiça, sem se perder nas coisas que trazem divisão.

As palavras de Cristo no ensino da “Oração do Pai Nosso” diz muito sobre a natureza da Nova Aliança ou Novo Pacto. É dito no ensino de Cristo “Perdoa as nossas ofensas assim como nó perdoamos a quem nos tem ofendido”. É uma frase poderosa que amarra o perdão de Deus a necessidade de perdão ao próximo. Se você não perdoa o seu próximo, não espere o perdão de Deus. Sem perdão de Deus seguimos em nossa miséria de erros e pecados que nos afastam da presença de Dele. Como o pregador Batista Reformado Charles Spurgeon falou “A menos que você perdoe o seu próximo, estará lendo sua própria sentença de morte ao orar o Pai Nosso"

Jesus em Mateus 5:44 diz: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem. Tais palavras não são restritas a grupo algum podendo abranger opositores em todos os campos incluindo os campos ideológico e político.

Assim, se quer viver a plenitude da Nova Aliança e a Salvação em Cristo não dá para se ancorar no Velho Testamento. A Salvação de Cristo não está no Velho Pacto. O véu foi rasgado, um Novo Pacto foi feito e por ele alcançamos a Salvação. Por que Jesus diz para amar os inimigos? Porque mesmo o homem sendo inimigo de Deus, o amor de Deus foi tal que permitiu entregar a vida do seu unigênito Filho em favor de todos nós, ainda que fossemos inimigos Dele. O que ele pede é que façamos o mesmo com aqueles que se apresentam como nossos inimigos sejam no nível ideológico, político ou qualquer outro.