O que diz a Enciclopédia do Holocausto sobre a atuação da liderança da Igreja na Alemanha durante o Nazismo
A perseguição aos judeus e a outros grupos não foi uma coisa isolada, movida só pelas mãos de Hitler e seus seguidores fanáticos. Não, a coisa foi mais profunda, mais espalhada. Os líderes nazistas precisavam da ajuda de muita gente para fazer tudo aquilo acontecer – e isso incluía gente que, em muitos casos, não era o nazista tradicional. Mas, veja bem, o silêncio das figuras importantes, como os líderes religiosos e da elite conservadora, foi crucial. Eles estavam ali, podendo influenciar, mas escolheram se calar diante do sofrimento de milhares de judeus.
2/9/20252 min read


A perseguição aos judeus e a outros grupos não foi uma coisa isolada, movida só pelas mãos de Hitler e seus seguidores fanáticos. Não, a coisa foi mais profunda, mais espalhada. Os líderes nazistas precisavam da ajuda de muita gente para fazer tudo aquilo acontecer – e isso incluía gente que, em muitos casos, não era nazista tradicional. Mas, veja bem, o silêncio das figuras importantes, como os líderes religiosos e da elite conservadora, foi crucial. Eles estavam ali, podendo influenciar, mas escolheram se calar diante do sofrimento de milhares de judeus. (https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/the-role-of-clergy-and-church-leaders)
Em 1933, muitos líderes cristãos na Alemanha, ao invés de se opor, não se posicionaram de forma efetiva contra o regime de Hitler. O que aconteceu foi que o contexto político e social da época permitiu de certa forma a mistura com um certo antissemitismo enraizado em tradições cristãs. E aí, quando o nazismo foi avançando, ao invés de se levantar e denunciar os horrores, a maioria dos líderes cristãos preferiu a postura da omissão. Eles se tornaram cúmplices, assim como muitos outros que se calaram, da mesma forma que profissionais de outras áreas, sem nunca se oporem de verdade ao regime.
Agora, se fosse só por eles, a história teria sido bem pior. Mas ainda houve uma minoria de pastores, padres e outros líderes religiosos em paróquias afastadas que se levantaram contra o racismo de Hitler. Alguns, corajosos, subiam ao púlpito nos domingos e gritavam contra a perseguição aos judeus. Muitos deles até ajudaram a esconder judeus ou ofereceram abrigo. Mas o problema é que, sem o apoio das grandes lideranças e das igrejas mais influentes, essas vozes isoladas pouco puderam fazer contra o regime. As igrejas, por mais que algumas poucas se opusessem em pequenos círculos, ajudaram o regime a se fortalecer de outras maneiras, como quando davam registros de batismo para que os nazistas decidissem quem estava ou não dentro do "padrão racial" que eles tanto propagavam.
A coisa ficou feia entre os dias 9 e 10 de novembro de 1938, quando os nazistas organizaram os massacres conhecidos como Kristallnacht. Um verdadeiro pesadelo para os judeus, onde tudo foi destruído, vidas arruinadas. E quem estava em posição de se opor? Ninguém. Nenhum líder religioso de destaque levantou a voz contra a violência. E o mais impressionante é que muitos dos que estavam em cargos de poder, como professores universitários, empresários e até militares, se calaram da mesma forma, mesmo que, no fundo, soubessem que aquilo era um absurdo. Eles também dividiram a culpa com a Igreja da época, porque, sem um grito de resistência coeso e firme, a barbárie foi aceita sem resistência, como se tudo fosse parte do "curso natural das coisas".
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